A história do Feirense remonta a 1918, apenas oito anos após a implementação da República Portuguesa, quando quatro feirenses de alma e coração decidiram fundar a Associação Desportiva Feirense. Com visão e determinação, lançaram as bases de um clube que, ao longo dos anos, cresceu de forma inegável, tornando-se um símbolo do fervilhante dinamismo cultural e desportivo da Vila da Feira.
Desde o primeiro momento, os fundadores tinham um propósito claro: unir a comunidade em torno do futebol, promovendo não só o desporto, mas também o espírito de pertença e orgulho na terra. O Feirense nasceu para ser mais do que um clube – uma paixão que une gerações, proporcionando momentos inesquecíveis a jogadores e adeptos. Desde cedo, o clube mostrou a sua importância na Vila da Feira, tornando-se um reflexo do entusiasmo e da identidade local. A dedicação dos seus fundadores e o apoio incondicional da comunidade foram fundamentais para o crescimento da instituição, que rapidamente se afirmou como um símbolo de orgulho para os feirenses.

Em 1918, Artur Lima, o mais velho dos quatro fundadores do Feirense, destacou-se como o maior impulsionador do grupo, sendo conhecido por colocar os interesses da população em constante discussão. Era um homem de grande curiosidade, sempre atento à forma como se exprimia e ouvia os outros, à sua genialidade somava-se o ímpeto e a paixão do “sangue azul feirense” que lhe corria nas veias.
Desde jovem, Artur Lima abraçou com fervor os ideais da fé e da democracia, princípios aos quais se manteve fiel ao longo da vida. Como impulsionador nato, abriu as portas do seu estabelecimento comercial para as primeiras reuniões da Associação Desportiva Feirense. Embora fosse apaixonado pela caça, dedicou-se de corpo e alma ao futebol, sempre com uma paixão inabalável pela Vila da Feira, à qual se devotou e ajudou a engrandecer. Não é de estranhar, portanto, que o seu estabelecimento de fazendas e miudezas, situado na antiga Rua Direita da Vila da Feira, fosse o ponto de encontro de amigos para diálogos variados, incluindo discussões políticas. Na década de 20, Artur Lima assumiu funções importantes no Clube de Caçadores da Feira, onde exerceu os cargos de secretário e tesoureiro.
Além disso, Artur Lima foi membro dos órgãos sociais dos Bombeiros Voluntários da Feira, entre as décadas de 30 e 60, e fez parte da direção da Comissão de Vigilância do Castelo da Feira nas décadas de 40 e 50, evidenciando a sua dedicação às instituições da cidade.
Artur Pinho de Lima faleceu a 8 de abril de 1974, aos 84 anos, na sua casa, deixando um legado indelével para a Vila da Feira e para as instituições que ajudou a moldar.

O sangue “azul feirense” que corria nas veias de Artur Lima unia-se à sabedoria e ao talento de Artur Bastos.
Nascido a 26 de Novembro de 1893, no lugar do Rossio, no coração histórico da Vila da Feira, Artur de Oliveira Bastos tinha 24 anos quando o Feirense foi fundado, em 1918.
Com uma vasta experiência na área das Finanças, onde trabalhou de 1919 até 1964, Artur Bastos foi uma peça fundamental no desenvolvimento de uma visão sólida e orientada para o futuro pelos seus colegas fundadores. Sempre profundamente ligado à sua terra natal, foi um dos primeiros a integrar o Clube de Caçadores da Feira, ainda na década de 20. Participou também ativamente nos Bombeiros Voluntários da Feira durante as décadas de 20 e 40, e integrou a Mesa da Santa Casa da Misericórdia da Feira, bem como a direção do Clube Feirense.
Casado com Sofia Pinto Bastos e residente no lugar da Misericórdia, ambos tiveram uma filha adotiva.
Faleceu a 30 de Janeiro de 1976, aos 82 anos, já viúvo, deixando um legado duradouro de dedicação e compromisso com a sua comunidade e as instituições locais.

Do lugar das Eiras emergiu também a voz ativa de Luís Cadillon.
Luís Machado Cadillon nasceu a 4 de agosto de 1898, na Vila da Feira, e tinha 19 anos na altura da fundação do Feirense.
Com uma forte ligação à sua terra natal, que herdou da família, e influenciado pelas atividades de cariz social que o seu pai desenvolveu, Luís Cadillon tornou-se uma figura de grande importância na gestão do futebol na região. Os seus conhecimentos neste domínio levaram-no a integrar a Comissão Técnica do Feirense, sendo eleito, a 2 de janeiro de 1935, vice-presidente da direção do Clube Desportivo Feirense. Esta trajetória de dedicação ao futebol também o conduziu à liderança da Associação de Futebol de Aveiro na época de 1943/44.
Casado com Branca Fonseca Fontoura Madureira Freitas Cadillon, residia em Ovar, onde formou a sua família, com quatro filhos. Era ainda primo direto de outro fundador do Feirense, Luís Amorim. Faleceu a 27 de agosto de 1988, em Ovar, aos 90 anos, deixando um legado marcante no futebol e na sua comunidade.

Luís Amorim foi o elemento que completou a quadra que esteve na génese do Clube Desportivo Feirense.
Nascido a 24 de dezembro de 1901, na Vila da Feira, Luís Álvares Amorim tinha apenas 17 anos na altura da fundação do Feirense.
Embora fosse o mais jovem dos fundadores, Luís Amorim dedicou-se com determinação a manter viva a chama da Vila da Feira. Em 1924, tornou-se membro da primeira Comissão Técnica do Clube Desportivo Feirense e integrou também a primeira equipa de futebol da Associação Desportiva Feirense, uma ligação que se manteve durante muitos anos. Além disso, foi uma figura importante na criação do Clube de Caçadores da Feira.
Casado com Emília Gonçalves da Mota, residia no Porto, onde formou a sua família, tendo dois filhos. Era primo direto de Luís Cadillon, outro dos fundadores do Feirense.
Faleceu a 18 de maio de 1975, no Hospital de Santo António, no Porto, aos 73 anos, deixando um legado significativo na história do Feirense e da Vila da Feira.